segunda-feira, 12 de novembro de 2007

(*)A Passagem dos Romeiros por três peregrinos

Texto: Roberta Vasconcellos
Fotos: Carmen Lúcia C. Vasconcellos/Roberta Vasconcellos

Dia 10 deste mês, sábado às 08h45 três romeiros - Roberta C. Vasconcellos, João Alberto V. de Vasconcellos e Luciano Moura - uniram-se e juntos saíram de Criciúma rumo ao Santuário Diocesano Nossa Senhora do Caravággio para pagar as promessas que realizaram e que tiveram as graças concedidas.

Mochila nas costas, muita água mineral e roupas frescas para agüentar o calor de quase 30º e os aproximadamente 15 km de estrada, o famoso Caminho dos Romeiros.

A primeira parada aconteceu depois de uma hora de caminhada. Cinco minutos foram suficientes para recarregar as energias, tomar água, ir ao banheiro e click - uma fotografia. Tudo preparada para encarar a parte mais difícil do peregrinação, o morro com a subida muito íngreme.

Segunda parada, em frente ao altar na Santa, na estrada, dessa vez as energias foram recarregadas com água benta. Com certeza com essa bateria o final da caminhada seria bem mais fácil.

Os romeiros seguiram e depois de 3h de caminhada chegaram ao final do trajeto, Santuário Diocesano Nossa Senhora do Caravággio. Agora é hora de descansar, rezar e ascender as velas como forma de agradecimento, pois o sacrifício em forma de pagamento da promessa estava sendo recompensado.

Ao longo do trajeto, percebeu-se que por ser um caminho conhecido e ainda um atrativo turístico faltam placas de sinalização na estrada e ainda quiosques para vender água. Mas, a fé dos romeiros persiste a qualquer falta de sinalização, pois sabem que a recompensa ao ver Nossa Senhora do Caravággio vale a pena.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

(*)Mina "Modelo" Criciúma

Texto e fotos: Roberta C. Vasconcellos

Criciúma, cidade localizada no Sul do Estado de Santa Catarina é conhecida pelo Carvão. Não é para menos, hoje, 85% do seu solo é oco por conta da exploração desse minério.

A Mina Modelo

A Mina Caetano Sônego, conhecida como Mina Modelo, é hoje a única Mina de Carvão aberta à visitação no Brasil. Essa mina foi fundada em 1940 e ficou em funcionamento até 1980. Em 1984 a Mina passou a ser ponto turístico da cidade, e até hoje, todos os turistas que vêm a Criciúma passam por lá.

Ao chegar na Mina Modelo, você se depara com um guia, o Alexandre Bento K, que passa todas informações acerca da Mina, carvão e assuntos afins, com um script de 1984, o guia consegue te transportar àquela época. O custo de visitação é R$5 e a visita é feita em uma carreta de madeira que anda sobre antigos trilhos.


Os Trabalhadores de 1940

Em torno de 350 mineiros trabalhavam juntos na Mina. A jornada era de 12h por dia e a meta de trabalho era encher 12 vagonetas de carvão por dia (como essa, que você pode ver na fato ao lado). Com essa jornada de trabalho os mineiros auferiam uma renda que se fosse aos dias de hoje seria algo em torno de 6 mil reais.

Aos olhos de hoje, parece muito dinheiro, mas o risco que eles corriam e as ferramentas de trabalho utilizadas na época não se comparam com a tecnologia de hoje. As minas eram furadas com picareta, trado e furadeira elétrica e a iluminação era com gasômetro. Vale ainda destacar que para ser mineiro naquela época tinham que ser homem, com no máximo 1,70m de altura – pois eles trabalhavam agachados por conta da altura da mina.

Além disso, eles tinham que ter uma mulher na boca da mina para fazer a separação do carvão, pois para encher uma vagoneta tinha que ser carvão puro, sem enxofre ou qualquer outra substância.

Precárias condições de trabalho levaram diversas famílias ficarem órfãs. Não existe um número registrado, no entanto é sabido que muitos mineiros morreram trabalhando nessa mina. E, para agüentar tanto desconforto e tanto sofrimento, os mineiros fizerem um altar com a Santa Bárbara, santa de devoção de todos que trabalham na mina.

Os Trabalhadores de 2000

Atualmente em Criciúma não existe mais nenhuma mina ativa, mas na região Sul do estado ainda existem nove em funcionamento. Para trabalhar em uma hoje os critérios são: homens e maiores de 21 anos. Eles trabalham por 15 anos seguidos e depois tem direito à aposentadoria. O salário do mineiro de hoje fica em torno de 1 mil.